sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Insônia


Eu nunca fui de dormir cedo, mas depois que comecei a tomar um remédio para ajudar no meu tratamento para emagrecer, tenho passado algumas noites sem dormir direito. Hoje bati um recorde, são 5h20 e eu ainda não fui dormir. Mil coisas passam pela minha cabeça, mil planos e mil idéias surgem no meu cérebro agitado e ansioso... É engraçado. Algumas pessoas têm a impressão de que sou calma, tranquila e, até mesmo, fria. Pelo contrário, sou ansiosa, impulsiva e, para os mais íntimos, extremamente tagarela. Na verdade sou mil mulheres dentro de uma só. Um paradoxo vivo! Às vezes queria ser mais certinha, mais previsível, mais "normal", menos diferente. Meu namorado sempre me cobra isso. Ele me cobra um posicionamento mais decidido, menos desconfiado, menos exigente. Só que ele se esquece que "o meu jeito atrapalhado e misterioso de ser" foi o que o atraiu.

Voltando ao assunto da insônia, é incrível como muitos dormem pouco ou até mesmo não dormem. Existe até uma brincadeira de que "dormir é para os fracos". Se isso é verdade eu nao sei, mas para mim isso nao se aplicaria. Eu sou preguiçosa e adoro dormir de manhã. O que eu nao consigo - pelo menos nos últimos tempos - é dormir cedo.

Insônia me faz lembrar o tempo. Tempo que pode ser interpretado de formas diferentes.
Quem dorme pouco perde o tempo de desfrutar o sono, mas por outro lado ganha tempo estando acordado. Também já ouvi por aí que o sono perdido não pode ser recuperado. 

 Encontrei algumas frases sobre o tempo que me chamaram a atenção:

"O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido". (Bertrand Russell)

"O tempo foi algo que inventaram para que as coisas não acontecessem todas de uma vez". (Autor desconhecido)

"Quando o futuro vira passado, é fácil ver o que tinha que ser feito". (Autor desconhecido).

Finalmente vou dormir, mas com a certeza de uma coisa: quero perder ou ganhar o meu tempo fazendo o que realmente me faz feliz.

Bom dia!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Blogs temáticos

Nossa, faz tanto tempo que eu não escrevo. Depois dessa onda de twitter, tenho preguiça de vir aqui escrever. Mesmo assim, nao vou deixar meu refúgio morrer. Estava conversando com um amigo que gosta de tecnologia e ele me disse que um blog para ter sucesso precisa ser temático. Como o meu tem a proposta de dissertar sobre assuntos aleatórios, acho que acabou perdendo um pouco o sentido mesmo. Ainda nao tive uma idéia de segmentação, mas quando ela surgir vou postar aqui.... Se alguém tiver uma sugestão, também será bem-vinda.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Perdas e Ganhos

Na vida nem sempre nós ganhamos. Acho que essa é a graça de existir, por isso procuro sempre ser uma pessoa otimista. A sorte de hoje no meu Orkut tem a seguinte frase: "Se o destino diz que você é um perdedor, pregue uma boa peça nele". Nada mais propício para a fase que estou vivendo. Por mais que algumas dificuldades apareçam, tenho certeza que amanhã será melhor. Sempre tive uma vida muito boa e tive sorte de ter uma ótima família, amigos queridos e oportunidades bacanas. Passar por uma fase mais complicada só me fez crescer. Posso perder de vez em quando, mas já sou uma vitoriosa por ter recebido a dádiva da vida.

domingo, 17 de maio de 2009

Tamanho não é documento


Que quantidade não é qualidade todo mundo já está “careca” de saber. Mas vai colocar isso na cabeça de um gordinho... Estou há dez dias em um SPA em Igaratá, no interior de São Paulo, aprendendo na prática que comer muito não é o mais importante para se ter prazer à mesa. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que nunca mais terei vontade de extrapolar em algumas ocasiões... Mesmo assim, estou adquirindo consciência de que comer pouco e saudavelmente deve ser uma rotina para eu viver bem e feliz.


A foto postada é a feijoada vegetariana que servem aqui aos sábados. Um exemplo de que sabor e pouca quantidade podem andar juntos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Porto Alegre é demais

Depois de bastante tempo sem passar por aqui, resolvi voltar por um motivo muito especial: amanhã Porto Alegre faz 237 anos.


Quero parabenizar a minha cidade querida, onde vivi os melhores anos da minha vida. Muitos criticam o bairrismo dos gaúchos, mas só quem nasceu em Porto Alegre pode entender a magia que a cidade proporciona. Apesar de possuir muitos lugares bacanas, nada se compara ao pôr-do-sol do meu Guaíba. A foto postada é uma homenagem ao cartão postal da cidade.

Existem muitas músicas sobre Porto Alegre, mas tenho uma preferida, que descreve com muita sensibilidade as características da cidade. Ela me faz pensar também, que o Fogaça como prefeito é um ótimo compositor.

Eis a música:

Porto Alegre é Demais
Composição: José Fogaça

Porto Alegre é que tem um jeito legal
É lá que as gurias etc. e tal
Nas manhãs de domingo
Esperando o Gre-Nal
Passear pelo Brique
Num alto astral

Porto Alegre me faz
Tão Sentimental
Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais
É lá que eu vivo em paz

Quem dera eu pudesse
Ligar o rádio e ouvir
Uma nova canção Do Kleiton/Kledir
Andar pelos bares
Nas noites de abril
Roubar de repente
Um beijo vadio

Porto Alegre me faz
Tão Sentimental
Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais
É lá que eu vivo em paz

Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais
É lá que eu vivo em paz

Porto Alegre é demais...!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Freguesia do Ó

Mais uma crônica do meu pai.


Era noite de véspera de Natal, 24 de dezembro. Fernando flutuava de bar em bar na Vila Madalena. Rua Harmonia, Aspicuelta e outras tantas entre as inúmeras com nomes estranhos que existem no bairro boêmio de São Paulo. Era seu novo lar. Havia se aposentado em Porto Alegre após mais de três dezenas de anos de trabalho no hospital público de urgência como cirurgião bucomaxilofacial, na universidade em que ministrava aulas e na sua clínica privada. Havia fugido de Porto Alegre de uma relação amorosa findada que o consumia e lhe tirara a confiança e o jogara naquele momento crucial de se olhar no espelho e contabilizar a existência. Fernando contava 56 anos, Juliana 30.Conheceram-se na universidade. Nos anos em que Juliana o considerou talvez um ícone, Fernando desfrutou deste amor de forma unilateral e egoísta. Um dia, Juliana despediu-se e nunca mais atendeu um telefonema, respondeu um e-mail ou aceitou qualquer forma de comunicação. Agora, ali estava Fernando aposentado e residindo em um pequeno apartamento alugado por temporada. Apartamento de fundos, 15° andar, Vila Madalena, São Paulo.
Por mais que tentasse fugir, Fernando procurava por Juliana em cada silhueta, em cada cabelo liso que avistava. Procurava por Juliana nos bares da Vila Madalena. Se durante um ano não conseguira avistar Juliana em Porto Alegre, mesmo morando no mesmo bairro, vivia a louca imaginação de encontrá-la sabe lá por que razão entre os milhões de seres que habitam um dos maiores conglomerados humanos do planeta.
Talvez um episódio acontecido com uma de suas filhas lhe servisse de motivação para este sonho de improvável realização. Daniela, sua filha jornalista, cobria um acontecimento em São Paulo. Era um mutirão comunitário na Freguesia do Ó, bairro de classe média baixa da cidade. Médicos, dentistas, psicólogos, nutricionistas e até cabeleireiros se esmeravam em proporcionar melhores condições de vida para a periferia. Daniela encontrou trabalhando como cabeleireira, uma moça que havia sido sua babá 20 anos antes em Porto Alegre. Produziu até um vídeo sobre este reencontro. A ex-babá e, agora uma profissional, trabalhava e residia naquele bairro e devolvia agradecida um pouco para São Paulo na forma de trabalho comunitário.
Após a sexta cerveja Fernando ouviu no inconfundível sotaque nordestino do garçom um “Feliz Natal”. Deseja mais alguma coisa?
- Sim, respondeu Fernando. Preciso encontrar Juliana na Freguesia do Ó.
- É longe respondeu o garçom. Além disso é uma região perigosa, violenta. Existe uma igreja antiga no bairro. Na praça onde fica a igreja têm uma série de bares e restaurantes tradicionais e bem conhecidos freqüentados pelo pessoal dos “Jardins”. Parece que é “chic” burguesia freqüentar periferia. Mas a esta hora não deve ter muita coisa aberta. Será que você encontrará a tal Juliana por lá? Eu conheço apenas uma moça por aquelas bandas. É cearense que nem eu e saímos de vez em quando. Chama-se Maria do Socorro.
Fernando pagou a conta. Dirigiu-se para o seu apartamento vencendo com alguma dificuldade as ladeiras de Vila Madalena. Em seu pequeno apartamento ouvia a redondeza festejando o Natal. Chorou, chorou os 26 anos que o separavam de Juliana. Mesmo embriagado não conseguiu dormir. Lembrou-se que dali a um mês venceria o contrato do apartamento alugado por temporada. Alugaria outro. Na Freguesia do Ó. Precisava encontrar Juliana.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Morrer na 17

Descobri que meu pai tem um dom literário. Abaixo uma de suas crônicas.

Morrer na 17

Dizem que Violeta Parra compôs a poesia “Volver a los 17” imortalizada na voz de Mercedes Sosa quando se encontrava apaixonada por um jovem desta idade. Ela cometeu suicídio, dizem também que em razão desta paixão. Eu também gostaria de retornar, não aos 17, mas aos 31. Talvez pudesse recuperar um amor perdido.
A física clássica não encontra uma única lei que impeça que aquilo que acontecerá no futuro possa acontecer no passado. Ou seja, nenhuma lei da física impede que um ovo que se quebrou ao cair da mesa possa se “desquebrar”. O que impede este fenômeno é apenas uma questão de probabilidades. Existem bilhões de maneiras de um ovo quebrar-se ao cair de uma mesa e apenas uma de todos seus átomos e moléculas se reunirem para novamente formarem o ovo original. É como se jogar um livro de 1000 páginas do alto de um edifício e esperar que as páginas caíssem na suas posições originais.
Imaginemos uma lufada de vento que jogou ao chão todos os nossos papéis que estavam em cima da mesa do escritório. Que possibilidade temos ao abrir novamente a janela e uma nova lufada de vento colocar os papéis na exata posição em que estavam anteriormente? Isto é explicado pela segunda lei da termodinâmica, a lei da entropia.
Todos os complexos físicos tendem a desorganização. É por isso que o tempo parece um rio que corre sempre para a mesma direção. É por isso que envelhecemos e não remoçamos. É por isso que o ovo quebra e não “desquebra”. É por isso que Violeta Parra não pôde voltar aos 17.
Freqüento o estádio Olímpico há mais de 40 anos. Lá possuo 2 cadeiras locadas, na fila H, números 17 e 19. De lá assisti o Grêmio ser muitas vezes campeão gaúcho, 2 vezes ganhar a Copa do Brasil e ser campeão brasileiro. Libertadores, como esquecer? Lá chorei e ri.
De lá saí alegre e triste. Muitas vezes. Supersticiosamente, sento na 17 e reservo a 19 para alguém. Em 1977, na retomada foi meu pai, que saudade. Ao longo dos anos muitas pessoas me acompanharam. Natasha e Isadora, minhas filhas mais velhas, hoje paulistas, corinthianas talvez. Camila e Lara, as mais moças, estas sim gremistas terríveis. João Pedro, filho de Camila, com seus 5 anos de puro gremismo. Caco Schmitt, jornalista, hoje em Brasília. Strapazon, cirurgião-geral de muitas batalhas no Pronto Socorro. Vitor Borges, amigo lá do Alegrete, atravessou comigo as agruras da “segundona”. Como esquecer o primeiro jogo da final de 2001 da Copa do Brasil, Corinthians. Empatamos aqui e fomos ganhar lá. Junto comigo estava uma moça, aquela dos 31.
Provado cientificamente a impossibilidade de se “volver aos 17” ou aos 31 só me resta tocar em frente. Não pretendo cometer o suicídio como Violeta Parra e vou esperar a morte com altivez. Se me fosse dada a prerrogativa de escolher gostaria que ela me encontrasse lá no Olímpico. Com alguém que eu amo na 19. Quero morrer na 17.

Carlos Frederico Bianchi Caccia é cirurgião-dentista em Porto Alegre
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Saudade

Depois de quase dois meses sem escrever, por pura falta de inspiração, resolvi colocar um pensamento que vi no orkut de uma amiga. Acho que ele descreve o meu atual estado de espírito.
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesmo compreendo, pois estou longe de ser um pessimista; sou antes um exaltado, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!”. (Florbela Espanca)